Empresa e família: por que separar as finanças pessoais do seu negócio
Publicado em 05/11/2014
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É muito comum o pequeno empresário confundir as despesas pessoais com as contas do negócio, principalmente no início do empreendimento. “O erro já começa na abertura da empresa”, afirma Márcio Iavelberg, sócio da Blue Numbers, consultoria financeira especializada em pequenas e médias empresas. "Sem ter ainda o negócio estruturado, o pequeno empresário vai abrindo a empresa 'mais ou menos formal e informal', de um jeito embaralhado. Faz o contrato de aluguel em nome da pessoa física ou compra materiais de escritório com o cartão de crédito pessoal", exemplifica.
De acordo com o consultor, pequenos empresários do setor industrial já o procuraram porque enxergavam que o negócio não parecia saudável. "Quando fomos vasculhar, os gastos na pessoa física eram muitos elevados. E isso não acontece só com microempresa, pode ocorrer com pequenas e médias também", diz Iavelberg. Ele conta que muitas empresas, mesmo quando crescem, continuam atuando como se fossem negócios de fundo de quintal. A prática ocorre nos diferentes segmentos, de prestadores de serviços a pequenos comércios. "Independe do setor", enfatiza.
Misturar as contas pode levar a sérios prejuízos financeiros se esse problema não for observado a tempo. "O próprio empreendedor começa a enxergar que essa prática está prejudicando o resultado da empresa", diz Diego Báez, sócio-executivo da Heartman House, consultoria que atua na reestruturação de negócios. O primeiro passo para a empresa ter uma gestão profissional é separar as entidades família e negócio. "É um trabalho delicado, que exige preparação emocional", aponta. Em seguida, ocorre a blindagem do patrimônio familiar, o que significa proteger os bens da família contra eventuais crises na empresa.
"Ao estruturar o negócio, um erro tradicional é incluir bens pessoais como garantia caso a empresa vá à falência", alerta Ricarro Fairbanks Cacciaguerra, sócio da Dinheiro em Foco, consultoria financeira que atende pequenos empresários e pessoas físicas. Ao proteger o patrimônio legalmente, o imóvel da família, por exemplo, fica imune caso o empreendimento quebre. "É importante ter certeza de que o patrimônio não será afetado", diz Báez. Como o trabalho de blindagem patrimonial envolve uma série de instrumentos legais, deve contar com respaldo de advogados das áreas tributária e societária, além de um profissional especializado em direito de família.
Diário do Comércio
Sobre o autor
Alberto Spoljarick Neto
Alberto Spoljarick Neto é o gerente de marketing e eventos da Associação Comercial e Industrial de Mogi Guaçu. Formado em Publicidade e Propaganda e Relações Públicas pela ESAMC, ele continua se aperfeiçoando em tendências de consumo de mercado e as aplicando para os empreendedores de nossa cidade.