Caixa eleva juros de financiamento para compra de imóveis

Publicado em 16/01/2015

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A Caixa Econômica Federal elevou os juros efetivos no financiamento imobiliário de imóveis residenciais em até 0,50 ponto porcentual nas linhas do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), para imóveis de até R$ 750 mil e que têm como funding (fonte de recursos) principal a poupança. Já para os imóveis de mais de R$ 750 mil, financiados via Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), o juro vai aumentar em no máximo 1,80 ponto porcentual. As novas taxas começam a valer a partir da próxima segunda-feira, 19. O aumento de juros na maioria das linhas de financiamento imobiliário reflete, conforme confirmou a Caixa, a taxa de juros básicos (Selic) maior. O banco informou ainda que as taxas de juros dos financiamentos habitacionais contratados com recursos do Programa Minha Casa Minha Vida e do FGTS não sofrerão qualquer correção. O maior aumento de juro promovido pela Caixa no âmbito do SFH ocorreu na linha voltada a servidores que, além de terem relacionamento com a Caixa, recebem seu salário pelo banco. O juro passou de 8,00% para 8,50%. Já no SFI, subiu de 8,80% para 10,20%. Apesar das elevações, a modalidade servidor (relacionamento + salário) segue com o juro mais atrativo praticado pela Caixa. Já no caso do SFI, as taxas de balcão foram as que mais subiram, passando de 9,20% para 11,00%. No SFH, essa modalidade foi mantida em 9,15%. Os novos juros cobrados nos financiamentos habitacionais da Caixa foram comunicados aos gerentes na semana passada e, imediatamente, já começaram a ser informados aos clientes. A Caixa, ao lado do Banco do Brasil, liderou o movimento de redução dos juros em 2012, pressionando as instituições privadas a fazerem o mesmo. Esse caminho, porém, teve de ser alterado com o aumento da Selic para controlar a inflação. Hoje, a taxa Selic, que chegou à mínima histórica de 7,25% em 2012, está em 11,75%. Além de taxas mais elevadas, os consumidores que escolherem a Caixa para financiar o seu imóvel residencial também terão novidades quanto ao uso de renda informal, sem origem comprovada da fonte pagadora, para obter o crédito. Agora, o banco vai passar a exigir um valor máximo que, segundo fonte, será de até R$ 2 mil por pessoa. Geralmente, os clientes comprovam sua renda via holerite, extratos bancários e utilizam a renda informal para complementá-la. Com a limitação, a renda total admitida para a concessão de crédito tende a reduzir, consequentemente, o valor máximo de financiamento. REPERCUSSÃO O aumento das taxas de juros promovido pela Caixa Econômica Federal, aliado a um cenário de queda na renda e incertezas, tira a possibilidade de acesso de algumas famílias à casa própria, de acordo com Eduardo Zaidan, vice-presidente de economia do Sindicato da Construção de São Paulo (Sinduscon-SP). A decisão do banco, segundo afirma, dá sinais de uma reversão da política adotada desde 2007, de crédito barato e fácil. Segundo Zaidan, é impossível prever o tamanho do impacto dessa medida para o setor de construção e incorporação. As expectativas, diz ele, já estavam muito ruins e o cenário deve piorar ao menos um pouco com a elevação das taxas de juros. "Movimentos como esse sempre impactam o setor", disse, ao acrescentar que bancos concorrentes da Caixa também deverão levar em conta a nova tabela para reajustarem suas taxas de juros. "Se o mais barato sobe, é claro que o mais caro vai subir também", avaliou. Diário do Comércio

Sobre o autor

Alberto Spoljarick Neto

Alberto Spoljarick Neto é o gerente de marketing e eventos da Associação Comercial e Industrial de Mogi Guaçu. Formado em Publicidade e Propaganda e Relações Públicas pela ESAMC, ele continua se aperfeiçoando em tendências de consumo de mercado e as aplicando para os empreendedores de nossa cidade.