Tecnologia ajuda a manter o cliente na loja e traz economias
Publicado em 09/09/2015
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Há 20 anos, o modelo tradicional de comércio passou por uma reformulação com a chegada do e-commerce. Ao longo dos anos, novas lojas virtuais surgiram, e grandes redes aderiram à modalidade.
O conforto e a praticidade do ambiente online seduzem muitos consumidores, que já não sabem lidar com as filas nos caixas, abordagens indesejadas, e a falta de informação de muitos vendedores.
Para não perder a força e a competitividade, o varejo físico pode aliar tecnologia ao conteudo para manter o cliente dentro da loja por mais tempo, e passar a sensação de modernidade.
Gerar interação, transmitir mensagens informativas e envolventes trazer inovação, promover integração entre canais, e aportar valor ao consumidor. Essas são algumas das possibilidades de transmitir informação aos consumidores em cada momento de experiência de consumo, de acordo com Cristiane Osso, head de inteligência da Enox On-Life Network, uma empresa que se propõe a melhorar a experiência de consumidores no varejo.
Oferecer wi-fi como cortesia, ter um menu digital divulgando um cardápio, uma campanha, uma coleção, ou um lançamento; e transmitir alguma dica durante a jornada na loja física estão entre as alternativas citadas por Cristiane.
“O interessante é utilizar a tecnologia para criar experiências diferenciadas aos consumidores finais" diz.
Reunir o melhor dos dois mundos, segundo Cristiane, é o caminho para se destacar, e entregar uma experiência física diferente da digital. Segundo afirma, as grandes redes de varejo estão atentas ao movimento e muitas já implantaram a integração dos canais para melhorar o potencial de vendas nesses ambientes.
TECNOLOGIA X MÃO-DE-OBRA
Quando Edilson Nascimento, 48 anos, sócio do Kensei Sushi Bar, decidiu instalar tablets em todas as mesas de seu novo restaurante oriental, ele não imaginava o retorno financeiro que isso lhe traria. O investimento em 50 tablets, servidor, equipamento para caixa, impressora fiscal e não fiscal, 7 impressoras, e um aplicativo consumiu R$ 50 mil.
“Queria algo inovador porque existe uma infinidade de restaurantes iguais ao meu. Queria um diferencial. Sabia dessa opção que já funciona muito bem nos EUA e Europa, e apostei.”
Em busca de agilidade e inovação, Nascimento abriu as portas em dezembro de 2013. No primeiro mês de funcionamento, o empresário percebeu que a quantidade de funcionários no salão (12), estava acima do que era preciso.
“Não imaginava que a presença dos tablets no salão seria tão funcional e atraente. Logo, reduzi o número de funcionários para nove”, diz. “O tablet não tira férias, não pede aumento, nem fica doente. Contabilizando somente os custos dos funcionários que deixei de contratar já obtive uma economia de R$ 300 mil.”
O aparelho dá ao cliente total autonomia. Segundo Nascimento, o acesso ao cardápio completo – com fotos, descrição, e a possibilidade de adicionar observações e preferências se torna um alivio para muitos clientes, que muitas vezes se veem perdidos diante de tantos nomes de pratos diferentes.
“Além de deixar o cliente em uma situação desconfortável, pois nem todo mundo está familiarizado com esse universo a ponto de saber o nome dos pratos, o garçom perde muito tempo nesse tipo de atendimento presencial”, diz. Chamar o garçom, pagar a conta, e pedir o valet são outras opções que complementam o serviço.
Aos poucos, o dono do restaurante percebeu que além da redução de mão-de-obra, o sistema lhe permitia maior comodidade aos clientes, monitorar qualquer tipo de fraude no caixa, e evitar erros e desperdício.
“A margem de erro é quase zero. Só não é zero porque tem a intervenção humana, do contrário o sistema seria infalível. Às vezes o cliente esquece de uma observação, ou o próprio funcionário não se atenta a uma particularidade.”
CONTROLE DE ESTOQUE
Cerca de 95% da demanda do restaurante provêm do festival. Ou seja, a rotatividade de alimentos não é muito alta. Sem o aplicativo, a loja seria obrigada a seguir o método utilizado em outros estabelecimentos: os famosos combinados, que muitas vezes não agradam aos clientes, e vão direto para o lixo.
“Com esse programa, cada pessoa determina o ingrediente, e a quantidade. Assim, em vez mandar dez fatias de sashimi, mando a quantia solicitada. A sobra é muito menor, e o desperdício quase eliminado”, diz.
Outra vantagem apontada por Nascimento: com base no histórico de pedidos do aplicativo, ele consegue controlar melhor as compras com base na média de consumo. Assim, reduzir o estoque e eliminar compras excessivas.
Diário do Comércio
Sobre o autor
Alberto Spoljarick Neto
Alberto Spoljarick Neto é o gerente de marketing e eventos da Associação Comercial e Industrial de Mogi Guaçu. Formado em Publicidade e Propaganda e Relações Públicas pela ESAMC, ele continua se aperfeiçoando em tendências de consumo de mercado e as aplicando para os empreendedores de nossa cidade.