Sete entre dez brasileiros já compraram produtos falsificados

Publicado em 21/05/2015

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Piratas, alternativos, paralelos ou do Paraguai. Independente dos nomes populares como são conhecidos, os produtos falsificados, ou réplicas, fazem parte do cotidiano dos brasileiros e estão em todos os aspectos de sua vida, seja como entretenimento, vestimenta ou utilidades do lar. De acordo com um estudo realizado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), 69% dos consumidores brasileiros admitem ter comprado produtos falsificados – número que representa mais de 45 milhões de pessoas. Entre os itens mais consumidos estão roupas (39%), acessórios (24%), calçados (22%), eletrônicos (17%) e perfumes (14%). Já as marcas mais cobiçadas são Nike (33%), Adidas (30%), Lacoste (29%), Ray-ban (21%), Louis Vuitton (20%) e Samsung (20%). O perfil do consumidor de falsificados é tão vasto quanto à diversidade de produtos no mercado negro. No entanto, se destaca o jovem de baixa escolaridade e pertencente à classe C. A principal justificativa para a compra de produtos piratas é baixo valor, principalmente quando comparado ao preço do produto original. A compra também implica um fator social. “Para quem tem recursos financeiros inferiores aos valores dos produtos de luxo, a compra de falsificados é um dos mecanismos encontrados para inserir-se no mercado de marcas famosas”, diz Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil. Esse fenômeno apontado pela economista pode ser obervado no cotidiano das metrópoles. Em São Paulo, por exemplo, houve a recente popularização do chamado “Funk Ostentação”. Jovens cantam músicas que enaltecem bens materiais para um público que, muitas vezes, ainda não possui condições financeiras para tamanho consumo. Um exemplo é uma letra do cantor MC Guimê que diz: “contando os plaque de 100 [notas de dinheiro], dentro de um Citroen.” A música, lançada em 2012, soma mais de 58 milhões de visualizações no canal oficial do funkeiro no You Tube. Nesse caso, ostentar peças de marca, que podem não ser originais, é questão de status. Cerca de metade dos consumidores de produtos falsificados esconde a procedência do produto. Desses, 24% ficariam muito constrangidos e envergonhados se alguém descobrisse que eles usam produtos não originais. Ou seja, não querem arranhar a sua imagem. O consumo de bens não originais também traz prejuízos à economia. Estima-se que o mercado perca 30 bilhões de reais com a venda ilegal de produtos piratas, segundo o Fórum Nacional de Combate à Pirataria. Os prejuízos estão ligadas à sonegação de impostos e à perda de empregos formais. Outro problema é a relação entre pirataria e outros crimes. Estimativa da Polícia Rodoviária Federal aponta que, somente em estradas federais, cerca de 40% dos veículos apreendidos com mercadorias ilegais são roubados ou possuem restrições judiciais. No município de São Paulo, os números também são inquietantes. Entre 2010 e 2012, foram apreendidos mais de R$ 2 bilhões em mercadorias ilegais na cidade. Diário do Comércio

Sobre o autor

Alberto Spoljarick Neto

Alberto Spoljarick Neto é o gerente de marketing e eventos da Associação Comercial e Industrial de Mogi Guaçu. Formado em Publicidade e Propaganda e Relações Públicas pela ESAMC, ele continua se aperfeiçoando em tendências de consumo de mercado e as aplicando para os empreendedores de nossa cidade.