Inflação ficou abaixo do teto da meta do governo em 2014
Publicado em 09/01/2015
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A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou dezembro com alta de 0,78%, ante uma variação de 0,51% em novembro, informou nesta sexta-feira (9) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado ficou dentro do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, que iam de uma taxa de 0,72% a 0,86%, e em linha com a mediana (0,78%).
Como resultado, o IPCA fechou 2014 em 6,41%, abaixo do teto da meta estipulada pelo governo, de 6,5%. As previsões dos analistas eram de uma taxa entre 6,34% e 6,50%, com mediana justamente em 6,41%.
EM SÃO PAULO
A inflação paulistana deve fechar janeiro com alta de 1,58%, o que, se confirmado, será a maior elevação para meses de janeiro desde 2003, quando o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) fechou em 2,19%, no primeiro ano de governo do então presidente Lula.
Para 2015, no entanto, segundo o coordenador do IPC, André Chagas, a previsão é de que os preços subam 4,99%, ante 5,2% em 2014. O economista disse que tal projeção é "realista", dada a perspectiva de preços livres mais contidos ao longo deste ano, a despeito da pressão dos administrados.
Cálculos da Fipe mostram que só os reajustes recentes de transporte urbano e integração na cidade de São Paulo incidirão em 0,75 ponto no IPC entre janeiro e fevereiro. Além disso, o impacto desse aumento e o reajuste em torno de 6% nas contas de água pela Sabesp no ano passado, mais a alta esperada em energia elétrica, elevarão em 1,2 ponto porcentual o IPC de 2015.
Para Chagas, a expectativa de desaceleração da economia chinesa e de outros países poderá continuar pressionando os preços de algumas commodities para baixo este ano, especialmente as agrícolas. Neste cenário, ele acredita que a inflação de preços livres, principalmente de alimentos, poderá ficar mais comedida, assim como de alguns serviços. "Tem ainda a política fiscal mais apertada e o aumento dos juros atuando para conter o mercado de trabalho, o que pode favorecer a inflação (mais contida)", estima.
Por sua vez, os resultados inferiores ao esperado para os grupos Habitação, Alimentação e Despesas Pessoais foram mencionados pelo coordenador do IPC para justificar a alta de 0,30% do indicador de dezembro, que veio abaixo da expectativa mais recente de 0,44%.
"Essa taxa de 0,44% era compatível com um IPC fechado de 5,32%, mas ficou em 5,2%, disse ele.
O economista disse que esperava taxa de 0,71% para o conjunto de preços de alimentos, mas a inflação ficou em 47%. "É um índice relativamente baixo, dado o contexto atual. Neste grupo, houve algumas altas mais ou menos generalizadas, mas em menores proporções, e até quedas importantes em determinados itens", afirmou, citando a desaceleração nos preços dos alimentos industrializados (de 0,55% para 0,45%) e dos semielaborados (de 1,13% para 0,92%), além da deflação dos itens in natura (de alta de 6,43% para queda de 0,39%).
Apesar de a taxa ainda elevada de Despesas Pessoais em dezembro (de 0,87%), o dado ficou aquém do previsto pela Fipe, na faixa de 1%. Segundo Chagas, o desvio deveu-se a quedas no segmento de fumos e bebidas, de 0,05%, por causa de bebidas não alcoólicas, que cederam 0,44%, por causa do recuo de 1,19% do refrigerante. Por outro lado, os gastos com viagens foram 4% maiores que em novembro, enquanto as passagens aéreas tiveram inflação de 7,04%.
O economista ainda ainda citou o conjunto de preços de Vestuário, que ficou em 0,27%, destoando da alta de 0,72% em novembro. Segundo ele, o movimento, normalmente atípico para o período, pode estar associado a promoção feita por alguma loja varejista. "Provavelmente foi alguma liquidação de fim de ano", concluiu.
Diário do Comércio
Sobre o autor
Alberto Spoljarick Neto
Alberto Spoljarick Neto é o gerente de marketing e eventos da Associação Comercial e Industrial de Mogi Guaçu. Formado em Publicidade e Propaganda e Relações Públicas pela ESAMC, ele continua se aperfeiçoando em tendências de consumo de mercado e as aplicando para os empreendedores de nossa cidade.