Equilíbrio fiscal será fundamento de novo ciclo de crescimento, diz Levy

Publicado em 07/01/2015

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Ao assumir nesta segunda-feira, 5, como novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy disse que o equilíbrio fiscal é indispensável para o país continuar no caminho já iniciado e é a chave para a confiança e o crédito. Afirmou que o Brasil tem condições de fazer o equilíbrio fiscal que, segundo o ministro, dará tranquilidade para o empresário tomar risco e investir e permitirá iniciar um novo ciclo de crescimento. De acordo com ele, haverá um esforço de reequilibrar as contas públicas do governo de forma "duradoura, senão, permanente". "O equilíbrio fiscal em 2015 e o cumprimento das metas em 2016 e 2017, conforme previsto na LDO, serão fundamento de novo ciclo de crescimento", afirmou. Segundo Levy, a responsabilidade fiscal exercida na primeira década dos anos 2000 foi importante para inclusão social e para permitir conduzir uma política anticíclica eficaz após a crise global de 2008, em sintonia com o G-20. Levy disse também que a transparência e solidez das contas públicas, "a estabilidade regulatória, adaptativa, mas previsível", e o incentivo à concorrência, interna e internacional, são os ingredientes para ampliar o número dos que participam, em igualdade de oportunidades, na economia. "São os ingredientes para podermos mobilizar a poupança doméstica e externa, de maneira a aumentar a nossa taxa de investimento e o número de postos de trabalho, abrindo caminho, também através da inovação, para ampliarmos nossa presença e vencermos no cenário mundial", disse. Esses princípios, conforme afirmou, guiarão todas as ações do Ministério da Fazenda nos próximos anos. "Evidentemente, eles refletem uma grande confiança na iniciativa e dinamismo das empresas, brasileiras e estrangeiras, que disputam o nosso mercado e se aventuram a exportar nossos bens e serviços", afirmou. REALINHAMENTO DE PREÇOS Uma das prioridades da próxima equipe econômica, de acordo com o novo ministro da Fazenda, é o realinhamento entre preços relativos e administrados. Isso será importante, de acordo com ele, para ampliar a solidez do Tesouro Nacional e manter o permanente reconhecimento internacional da qualidade e do valor da dívida pública. "Temos que agir com energia aí", disse, considerando que as ações do governo muitas vezes balizam as escolhas do consumidor. "Que não haja dúvida de que a Fazenda está preparada para apoiar o bom desenvolvimento da economia", afirmou. De acordo com ele, não podem se enganar os agentes do governo que busquem guarida no "manto do Tesouro". Essa é uma atitude que não se espera para o próximo governo, pois seria, segundo Levy, uma ilusão que apenas frustraria a economia, cujos fundamentos são saudáveis. "Em quatro anos, nossa economia se transformará", prometeu, dizendo que apresentará medidas na área de oferta, com aumento da poupança. Será importante também, segundo Levy, o aumento da confiança com vistas a preparar o terreno para o crescimento da economia e do emprego. CONFIANÇA Levy disse, ao fim de seu discurso, que mantém a confiança "neste momento". "Nunca antes na nossa história em períodos democráticos tivemos maturidade para fazer correções antes que a crise se instalasse", considerou. A economia brasileira, de acordo com ele, tem bons fundamentos e a nova equipe econômica está disposta a enfrentar medidas necessárias. Ele prometeu trabalhar em busca de colocar o Brasil na rota do crescimento econômico e ter paciência para trilhar esse caminho depois que ele for encontrado. "Os verdadeiros protagonistas das transformações são as pessoas comuns, que tomam decisões baseadas nas nossas sinalizações e na fé de que o Brasil vai crescer." Levy afirmou que a agricultura, o serviço e a indústria saberão reagir positivamente. "Mais ainda, essas clareza e estabilidade, ao diminuírem os riscos e, portanto, os cuidados e defesas que empresas muitas vezes se veem compelidas a adotar, são poderosos instrumentos para diminuir prêmios e margens, estimulando a oferta e diminuindo o receio da concorrência, afastando o patrimonialismo e o que ele possa acenar como escape de segurança. Esses princípios também refletem a confiança na capacidade da nossa força de trabalho e nas famílias brasileiras, já que é bem sabido que apenas o trabalho pode gerar riqueza", afirmou. O ministro disse que esses compromissos se traduzirão não só no esforço de reequilibrar as contas públicas de forma duradoura, mas no diálogo com os agentes econômicos, grandes e pequenos, empreendedores e empregados, para acelerar a retomada da nossa economia e efetuar as necessárias reformas. Diário do Comércio

Sobre o autor

Alberto Spoljarick Neto

Alberto Spoljarick Neto é o gerente de marketing e eventos da Associação Comercial e Industrial de Mogi Guaçu. Formado em Publicidade e Propaganda e Relações Públicas pela ESAMC, ele continua se aperfeiçoando em tendências de consumo de mercado e as aplicando para os empreendedores de nossa cidade.