Empresários e consumidores estão menos dispostos a tomar crédito

Publicado em 19/10/2015

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O brasileiro tem enfrentado dificuldades para quitar suas dívidas, de acordo com dados da Boa Vista SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito). O indicador de recuperação de crédito, que mapeia os consumidores que deixaram de ser inadimplentes, teve queda de 0,5% ao longo do ano e recuo de 1,5% nos últimos 12 meses. Segundo Flávio Calife, economista-chefe da Boa Vista, a menor capacidade do consumidor de pagar contas antigas é causada pela piora no mercado de trabalho, que afeta a renda do trabalhador. “Também tem o impacto da alta dos preços e da elevação da taxa de juros, que encarece a renegociação das dívidas”, diz o economista. A maior dificuldade para o consumidor limpar o nome, entretanto, não tem implicado em aumento da inadimplência, que está em nível mais baixo que em 2014. Isso porque o consumidor está com receio de contrair novas dívidas. Em outras palavras, o brasileiro está comprando menos. Outra maneira de medir essa tendência é por meio do indicador de demanda por crédito, que apresenta queda vertiginosa, segundo dados da Boa Vista. No ano, até agosto, o recuo foi de 9,2%. Em 12 meses, a retração foi ainda maior, de 9,9%. “O crédito ao consumidor está disponível, e não está mais difícil de se obter do que no ano passado. Mas o consumidor não quer assumir novos compromissos”, diz Calife. PARA O EMPRESÁRIO O micro e pequeno empresário também parece estar receoso em tomar empréstimos. Um levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Logistas (CNDL) e do SPC Brasil mostrou que apenas 7,7% deles têm intenção de tomar crédito nos próximos 90 dias. Pelo levantamento, o que mais assusta os micro e pequenos empresários na busca por recursos é o excesso de burocracia e as altas taxas de juros. De fato, segundo Calife, da Boa Vista, a concessão de crédito para as empresas está bem mais rígida do que para o consumidor. “O risco de inadimplência das empresas é bem mais elevado devido ao cenário econômico, o que torna mais seletiva a concessão”, diz o economista. O problema é que o empresário, mesmo sem ter a intenção de tomar crédito, tem de usar dessa ferramenta para manter a empresa funcionando, principalmente no cenário atual, que traz um consumidor menos disposto a comprar. DIário do Comércio

Sobre o autor

Alberto Spoljarick Neto

Alberto Spoljarick Neto é o gerente de marketing e eventos da Associação Comercial e Industrial de Mogi Guaçu. Formado em Publicidade e Propaganda e Relações Públicas pela ESAMC, ele continua se aperfeiçoando em tendências de consumo de mercado e as aplicando para os empreendedores de nossa cidade.