Aumento de casos de covid-19 em Mogi Guaçu expõe relaxamento da população

Publicado em 01/10/2020

Tempo de Leitura • 4 min

A preocupação com o aumento dos casos fez a ACIMG intensificar suas comunicações para prevenção do contágio. A Secretaria de Saúde também se preocupa e pede cautela à população

Mogi Guaçu assiste ao crescimento do número de casos de covid-19 no município. O aumento de notificações pulou de 7 mil, no dia 06 de setembro para 9.300 no dia de hoje, 01 de outubro. Entre os dias 07 e 30 de setembro houve uma alta de 500 novos casos.

Estes dados assustam a secretária da Saúde, Clara Alice Franco de Almeida Carvalho, que teme por novo aumento de casos com a chegada do feriado nacional, no próximo dia 12, assim como aconteceu no feriado do último dia 07.

Clara atribui o aumento de casos às aglomerações, maior quantidade de pessoas circulando sem máscaras. Com a reabertura de bares e restaurantes as pessoas começaram a sair mais, se concentrar em locais privados e públicos. Os serviços precisam funcionar, mas para isso, a conscientização é necessária para não haver um disparo de novos casos.

“As pessoas estão agindo como se a pandemia tivesse acabado e isso não é verdade. Com esta realidade não sabemos o que pode acontecer no Brasil. Ou acreditam na pandemia ou não sei o que será de nós! A epidemia vai terminar quando tiver a vacina. Até lá todas as ações sanitárias devem ser mantidas. Entregar os pontos é pior”, pontua.

Se o número de casos se mantiver, a secretária acredita que continuaremos na fase amarela do Plano São Paulo do governo estadual, que dita quais atividades econômicas podem funcionar, de acordo com os índices de número de casos nas DRS (Diretoria Regional de Saúde), e agora é atualizado mensalmente.

“Se hoje estamos na fase amarela e gostaríamos de continuar, precisamos nos policiar. Agora não tem mais fase laranja no Plano São Paulo. Se retrocedermos vamos voltar para a fase vermelha e tudo vai fechar novamente. Como não queremos isso, conto com a colaboração de todos, pois esse fechamento do comércio seria desastroso para a cidade, para a manutenção dos empregos e para a vida. As pessoas mais jovens não são muito atingidas, então não levam a doença a sério. Elas a estão levando para dentro de casa, para os pais, os avós, estes sim, podem ter quadros graves”, comentou a secretária.

Leitos de UTI disponíveis

De acordo com a secretária, o município possui 37 leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) disponíveis. Vinte no Hospital Municipal Tabajara Ramos, dez na Santa Casa e 07 para a rede privada, no Hospital São Francisco. Mas na segunda-feira (05) a cidade perderá os leitos da Santa Casa, pois o Ministério da Saúde entende que Mogi Guaçu está bem e que por isso não há necessidade de subsidiar os leitos. Este fato preocupa a secretária visto que o aumento no número de casos está constante e pode ser que os 10 leitos, hoje ainda instalados na Santa Casa, façam falta.

Hoje a ocupação do total de leitos está em 40%. Até o dia 07 de setembro a cidade possuía uma média de 20 novos casos ao dia e a ocupação de leitos de UTI alcançava a média de 4 pessoas internadas. Hoje, dia 01 de outubro, esse número sobe para média de 40 casos diagnosticados por dia e a ocupação de UTI gira em torno de 18 pessoas.

A ACIMG está preocupada com a situação

A ACIMG (Associação Comercial e Industrial de Mogi Guaçu) acompanha o comportamento da covid-19 no município, e está preocupada com o aumento no número de casos. Por isso, lançou novamente, campanhas de conscientização em suas redes sociais e mensagens nas rádios, para que a população contribua para os casos novamente diminuírem.

Essa preocupação é fundamentada no novo formato do Plano São Paulo, que agora não possui mais a fase laranja. Assim, já que a cidade e a DRS de São João da Boa Vista, se encontram na fase amarela, se em hipótese de aumento nos casos do novo coronavírus, o retrocesso será para a fase vermelha e todo o comércio não essencial fechará novamente. Esta situação impactará as empresas e os empregos. Por isso é necessário que a população evite aglomerações e continue usando máscaras, álcool em gel e mantenha o distanciamento social.

“Nesta época de pandemia, passamos por um período de muita provação, perdemos muitos parentes, conhecidos e amigos para a covid-19. Hoje estamos na estabilidade do Plano São Paulo e podemos passar para a fase verde ou nos mantermos na amarela. Mas isso só vai acontecer se mantivermos as medidas sanitárias recomendadas: distanciamento social, usar máscara, álcool em gel e observar com cautela os lugares que devemos frequentar. Não podemos retroceder para a fase vermelha do Plano São Paulo, fazendo a lição de casa corretamente, avançaremos para outras fases que possibilitarão outros serviços voltarem a funcionar”, comentou a presidente da ACIMG, Sonia Zanuto.

Sobre o autor

Viviane dos Santos Lucio

A história da Associação Comercial e Industrial de Mogi Guaçu começou a ser escrita em 1958, por iniciativa de um grupo de empresários locais. A ideia de criar a entidade com este perfil, foi do empresário Euro Albino de Souza e logo ganhou apoio dos empresários Acácio de Oliveira, Luiz Mesquita Fialho e Francisco Martini – homens à frente de seu tempo.